Porto Seguro Bahia
Porto Seguro, com suas praias, rios, mangues e recifes,
encantou os portugueses que aqui chegaram e hoje atrai milhares de
turistas todos os anos, especialmente no verão, quando o calor fica mais
forte e as areias repletas de corpos banhados do sol quente baiano. As
barracas com mega-estruturas lotam de turistas imitando o gingado dos
bailarinos que comandam a festa.
Infra-estrutura não falta à cidade. Porto Seguro é
hoje o terceiro parque hoteleiro do País, ficando atrás apenas de São
Paulo e Rio de Janeiro. Possui cerca de 27 mil leitos e 900 restaurantes
entre pizzarias, bares, sorveterias e lanchonetes. Recentemente, o governo
investiu R$ 150 milhões em obras para melhor receber os visitantes, como
a abertura da BA 001, estrada asfaltada que liga Porto Seguro a Arraial
D'Ajuda e Trancoso, a construção de sistema sanitário e de um novo
hospital.
Assim é Porto Seguro, localizada no sul da Bahia, a
707 km de Salvador, na chamada Costa do Descobrimento. Durante o dia, os
90 quilômetros de areias e águas salgadas, os rios que vão de encontro
ao mar, as piscinas naturais do Recife de Fora e as barracas de praia
garantem a diversão do turista. À noite, as festas diárias, regadas a
Capeta (bebida típica da cidade) e ao som de muito axé, o MPB da
Passarela do Álcool, repleta de lojinhas e restaurantes típicos, e os
aquários da Capitania dos Peixes fazem a alegria dos turistas. No Centro
Histórico da cidade e na região ao norte, em Santa Cruz Cabrália, a
história do País é contada em cada monumento.
Seja debaixo de sol ou à luz da lua, opções para
transformar as férias dos turistas que aportam neste porto seguro em pura
alegria são muitas. E para descansar, nada melhor que o cochilo numa
rede, sob a luz fraca de fim de tarde e com a brisa do mar refrescando o
calor provocado pelo sol de 30º constante.
Não é à toa que os grandes sucessos da música
baiana começam a tocar em Porto Seguro e só depois estouram nas rádios,
bares e danceterias da Bahia e do Brasil. A cidade é festa o dia todo,
todos os dias. Não há trégua para a preguiça. A cada barraca de praia
- que estão muito longe de serem simples barracas devido ao enorme
espaço físico e infra-estrutura - o que se vê é gente dançando, seja
de dia ou de noite, ao som dos novos sucessos do axé.
No palco, ao lado das bandas ou ao som de música
mecânica, bailarinos ensinam as novas danças do verão. No chão,
turistas se balançam tentando entrar em sincronia com os bailarinos, os
nativos e com o ritmo. É preciso ter sangue baiano, ou muita
inspiração, para não se perder entre braços que rodam, pernas que
tremem, quadris que circulam sobre o nem sempre firme apoio dos pés.
Cada dia da semana a festa tem local definido. Às
segundas acontece o Luau da Axé Moi, nos seus 30 mil metros quadrados à
beira mar, com apresentação do Balé Afro Axé Odara. Terça é dia do
bar temático Alcatraz, com decoração inspirada num presídio. Os bares
são celas, os garçons vestem o conhecido "pijama listrado" e
os locais de dança são denominados Pavilhão. Charmosos "namoródromos"
deixam os casais mais a vontade: subindo um estreita escada circular
chega-se a pequenas celas, com sofás e um mesinha de centro.
Na quarta acontece o Luau de Barramares, um dos mais
tradicionais e animados de Porto Seguro. Depois da apresentação de
Dança Cigana, os bailarinos misturam-se com o público para dançar
lambada e outros ritmos com o turista que decidir arriscar uma dança. Às
quintas é a vez da Festa da Camiseta, realizada pela Barraca Tôa Tôa.
Durante o dia, na alta estação, a barraca também oferece passeios
panorâmicos de helicóptero e banana boat.
Sexta acontece a noite do terror no bar temático
Transilvânia, o mais novo da cidade e também, segundo os guias da
cidade, o mais animado. Além do axé e do pagode, no local também toca
muito rock. Sábado tem festa do Mamagaya, com dança afro e show de
capoeira. No domingo acontece a Festa do Real, no Barra Point, onde todas
as bebidas custam R$ 1.
Todos os locais, sejam barracas de praia ou bares
temáticos, têm infra-estrutura para comportar os milhares de turistas
que chegam à cidade todo verão - no ano passado a cidade recebeu um
milhão de visitantes, sendo 300 mil no verão. E para não cansar o
turista com a overdose de música baiana, a maioria dos locais oferecem
mais de um ambiente, com espaço para dance music, pagode ou MPB. As
festas nas Barracas e bares temáticos começam às 22h e custam R$ 15.
Apesar de ser o forte da cidade, não é só axé o que
se houve em Porto Seguro. A partir das 17h começa a agitação na Av.
Portugal, há mais de 20 anos conhecida como Passarela do Álcool por
concentrar bares, restaurantes e barracas de bebidas decoradas com frutas
tropicais, que vendem o tão conhecido Capeta. O Capeta, bebida mais
pedida na região e que ajuda a "levantar o ânimo" dos
turistas, não é a única opção. Existem muitas outras, menos conhecida
mas não menos estimulantes, como o Orgasmo, a Lua de Mel, o Beijo na
Boca, o Tira Chifre e a Espanhola. É só escolher.
Nos bares e restaurantes da Passarela do Álcool o que
se escuta é muita música popular brasileira. Em alguns locais é
possível comer uma boa moqueca - as de peixe e camarão são as mais
pedidas - ao som de voz e violão. Se tiver sorte, ainda pode encontrar um
bom jazz. O cardápio vai desde comidas típicas à cozinha internacional.
Antes, ou mesmo depois, de aportar em algum lugar para
jantar e relaxar, não deixe de passear pela Passarela. Em meio aos
restaurantes e barracas de bebidas, camelôs, boutiques e lojas de
artesanato vendem roupas, bolsas, redes e lembranças da cidade. Mas o que
também atraia os turistas à Passarela é a arquitetura, que não poderia
ser mais charmosa: casinhas coloniais e coloridas enfeitam toda a Avenida,
numa profusão de cores e sabores.
Às 23 horas a Passarela do Álcool começa a fechar as
suas portas, pois começa o agito nas Barracas de Praia, certamente muito
diferentes das que se encontram pelo País afora. A Axé Moi, por exemplo,
possui 30 mil metros quadrados, reunindo, inclusive, serviços
terceirizados, como a Barraca de Pastel, a de Sucos e Caldos, a de
Sorvetes, entre outras.
Nos luaus promovidos pelas barracas de praia também é
possível esconder-se do axé. Pensando na satisfação completa dos
turistas, as barracas prepararam alternativas para festas que acontecem à
noite. A maioria possui uma pequena danceteria, um espaço para MPB e,
algumas, uma área reservada para o pagode. Afinal, depois de alguns dias
ouvindo axé, axé e mais axé, nada melhor do que descansar os pés, as
cadeiras e os ouvidos.
Isolada na Ilha Pacuio, no Rio Buranhém, a Capitania
dos Peixes é a mais nova atração noturna da cidade. Inaugurada em 11 de
janeiro deste ano, possui danceteria, bares e restaurantes - como o sushi
bar, a creperia e a choperia. A programação é direcionada para o rock e
MPB, mas não discrimina os ritmos baianos. No último verão, nomes como
Araketu, Margarethe Menezes, Biquini Cavadão, Sá e Guarabyra e
Dominguinhos realizaram shows por lá.
Para chegar à Capitania dos Peixes é preciso pegar
uma escuna, que sai da Cia do Mar - na alta estação o Rio Nave também
realiza a travessia. Chegando na ilha, um caminho de pedras, rodeado por
coqueiros, leva os visitantes aos aquários de água salgada, o maior
deles com 220 mil litros de água e os outros três com 22 mil litros
cada, que abrigam espécies marinhas, como tubarões, diversas espécies
de peixes e lagostas. Todos possuem iluminação especial apropriada para
a noite.
Arraial e Trancoso - Passando a balsa e caindo em
Arraial D´Ajuda ou Trancoso, a noite também é promissora. Em Arraial, a
diversão noturna fica por conta dos bares e luaus no Wind Point Parracho
e Platô. No calçadão da Bróduei, local mais movimentado do vilarejo
onde circulam pessoas de todas as tribos, ficam concentrados inúmeros
bares, restaurantes e algumas lojas de souvenires. Ainda em Arraial, o pop
e o rock do Café da Mata, uma boate ao ar livre que já recebeu nomes
como Lobão e Luis Melodia, e o house do Gringo Loco agitam a noite local.
Em Trancoso, próximo à praça do Quadrado Histórico,
fica o Pára-Raio, uma das noites mais conhecidas do município. Ainda
nesta região, um pouco antes de cair a noite, é possível assistir todas
as segundas, quartas e sextas-feiras a roda de capoeira na Casa da
Cultura, uma escola local de circo, teatro e capoeira. No Loucos Opções,
tem xote nas quartas-feiras, reggae nas quintas e forró nas sextas. Para
comer, grelhados, sushis, sashimis e lanches. A maior parte das casas de
show só funcionam no verão
Navegar pelas águas de Porto Seguro é um passeio
imperdível. Além de descansar a bordo de uma escuna ou lancha é uma
oportunidade única de entrar em contato direto com a fauna marinha da
região, pois em muitos passeios o mergulho é a maior atração. Em
geral, as embarcações são equipadas com materiais de mergulho e pesca,
que devem ser alugados, e os passeios são organizados pelas agências de
turismo receptivo da região.
Navegando pelo Rio Tiba, ao longo da ilha de corais que
separa o rio do mar, há 16 quilômetros da costa, chega-se a Coroa Alta,
uma mistura de banco de areia com belos corais que podem ser vistos na
maré baixa. Com a maré baixa, piscinas naturais formadas entre os corais
servem de campo de estudo para mergulhadores iniciantes e profissionais.
Se a preferência é pela terra firme, pode-se caminhar pelo banco de
areia, formado no decorrer de milhões de anos a partir de detritos
marinhos.
O mais procurado, no entanto, e também o mais bonito,
é o passeio ao Parque Marinho de Recife de Fora, o terceiro maior parque
marinho do País. A escuna leva os passageiros para as piscinas naturais
em alto-mar, formadas pelos seus 17,5 quilômetros quadrados de corais e
habitadas por peixes e moluscos de inúmeras espécies e tamanhos. Segundo
biólogos, a diversidade da fauna local assemelha-se à de Abrolhos, ou
seja, máscara e snorkel são equipamentos fundamentais. Como em Coroa
Alta, é possível caminhar sobre a formação de corais, não esquecendo,
no entanto, um calçado apropriado para proteger os pés. Os passeios só
podem ser realizados em maré baixa.
Passar horas sacudindo dentro do carro numa mal cuidada
estrada de terra não parece ser a melhor forma de passar as férias, mas
neste caso vale a pena. Na reta final, a beleza das falésias, as piscinas
naturais formadas pelos recifes de corais, a areia clara, o mar azul e o
céu turquesa preenchem e dominam os pensamentos.
Enfrentar estradas de terra é a única alternativa
para conhecer as verdadeiras belezas naturais do litoral da Costa do
Descobrimento e, arriscando ir um pouco mais além, da Costa das Baleias.
As praias da cidade de Porto Seguro são animadas mas já não conservam o
encanto e beleza paradisíaca de praias como as de Trancoso, Cumuruxatiba
ou Caraíva, ao sul de Porto Seguro, conhecidas por serem reduto de
naturalistas e artistas famosos.
Em Porto Seguro, ao longo do litoral norte da cidade,
ficam as grandes cadeias de hotéis à beira-mar e as famosas cabanas onde
são realizados os luaus. É o litoral badalado de Porto Seguro. Também
ao norte está a cidade histórica de Santa Cruz de Cabrália e a praia de
Coroa Vermelha, onde foi realizada a primeira missa do Brasil, que também
guardam muito do seu encanto.
Seguindo em direção à cidade de Prado, ao sul de
Porto Seguro, começa o verdadeiro show de beleza. O que se vê em quase
todo litoral são coqueiros e recifes de corais que na maré baixa formam
piscinas naturais. Os rios que desembocam no mar também são muito comuns
e tornam a paisagem ainda mais bonita. Alguns barquinhos perdidos na beira
dos rios dão um toque bucólico.
Nesta direção, as primeiras praias que encontramos
são as de Arraial D'Ajuda, onde está o maior parque aquático ecológico
da América do Sul, o Paradise Water Park. O parque possui excelente
infra-estrututura, com bares, restaurantes, ambulatório e serviço de
berçário. Sua área de lazer conta com cinco toboáguas, piscina de
ondas, piscina com correnteza rodeando o parque. Em alta temporada são
feitos passeios de helicóptero.
Em seguida, após um percurso pela estrada de terra,
chega-se a Trancoso. Na Praia do Rio da Barra, antes ainda das praias
badaladas de Trancoso - Praia de Nativos e de Coqueiros - o turista pode
descansar à vontade (não, ainda não chegamos na praia do nudismo) com
um banho de mar ou de rio ou uma leve cainhada pela praia. A região é um
dos locais de desova de tartarugas. É na praia da Pedra Grande, há cerca
de 3 km ao sul do platô onde se encontra o distrito, que está a tão
conhecida praia onde alguns adeptos do naturalismo se encontram para
realmente ficar à vontade.
Para quem quer se aventurar além dos limites de
Trancoso, primeiro alugue um carro e escolha o destino. Segundo: é melhor
se preparar para pernoitar em alguma pousada no caminho. Depois de
enfrentar um estrada de terra e passar o dia debaixo do sol quente,
dirigir de volta será a última opção a ser cogitada. Pousadas e
chalés é o que não faltam na região. Nada de luxuoso, mas charmosas e
confortáveis.
Entre tantas praias paradisíacas, algumas destacam-se
no roteiro: Caraíva, Barra do Caí, Cumuruxatiba, Tororão e Guaratiba.
Em Caraíva não há energia elétrica e o vilarejo é habitado por
descendentes da tribo dos índios pataxó e turistas, que resolveram armar
moradia. Muitas casas e estabelecimentos comerciais possuem geradores de
energia a diesel. Em meio à simplicidade do local, pode-se imaginar a
beleza e conservação das praias da região. Foi na Barra do Caí, onde o
Rio Caí se encontra com o mar, que chegaram os portugueses que, não
encontrando um lugar propício para atracar, seguiram mais para o norte.
Cumuruxatiba tem mais infra-estrutura turística, com
pousadas de qualidade mas com praias conservadas. Fica "no meio do
caminho", entre Caraíva e Tororão. A 33 km de Prado, fica no maior
e mais procurado povoado do município. O Tororão destaca-se pela enorme
quantidade de recifes na beira da praia, muitos recobertos por um tapete
verde, formando piscinas naturais. Uma pequena cachoeira na beira da
falésia, de frente para o mar, compõe a paisagem. Não possui nenhuma
infra-estrutura turística, recebendo poucos visitantes, mesmo na alta
estação.
A praia de Guaratiba destaca-se pela sua excelente
infra-estrutura. Localizada dentro do Condomínio Praia de Guaratiba,
possui barracas de praia bem organizadas, dispostas ao longo do litoral.
Para entrar, basta identificar-se na entrada.
O ideal é hospedar-se por 3 ou 4 dias em Prado,
Cumuruxatiba ou Alcobaça e conhecer aos poucos a região. Depois disso,
seguir viagem pela estrada de terra fica mais fácil. Difícil é querer
ir embora.
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